Autor: Diego Dantas - Especialista em Engenharia / Distribuição de Equipamentos Solar
O cenário global da transição energética
A transição energética é um dos maiores desafios e ao mesmo tempo uma das maiores oportunidades para o futuro da humanidade.
Globalmente, a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar as mudanças climáticas tem impulsionado uma mudança significativa na forma como a energia é produzida e consumida.
O Acordo de Paris, estabelecido pela ONU em 2015, é um marco nessa trajetória, com o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
Para alcançar essa meta, os países precisam reduzir drasticamente suas emissões de carbono, e a transição para fontes de energia renováveis desempenha um papel central nesse processo.
Metas da ONU no Acordo de Paris
As metas estabelecidas pela ONU no Acordo de Paris são ambiciosas e exigem dos países um comprometimento firme em transformar suas economias.
Além de limitar o aquecimento global, as nações devem apresentar planos nacionais de redução de emissões, conhecidos como NDCs (Nationally Determined Contributions).
Esses planos incluem metas de redução de carbono, transição para energias renováveis e adoção de tecnologias limpas.
O Brasil, por exemplo, se comprometeu a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005 até 2025, e em 43% até 2030.
A transição energética no Brasil
No Brasil, a transição energética é particularmente relevante, dado o seu potencial em fontes renováveis.
O país já possui uma matriz energética consideravelmente limpa, com 89,2% da eletricidade gerada a partir de fontes renováveis em 2023, conforme dados do Balanço Energético Nacional (BEN) 2024. Isso é muito superior à média mundial, que é de apenas 14,7%.
A energia solar fotovoltaica, em especial, tem se consolidado como um dos principais motores dessa transformação.
Somente em 2024, a matriz elétrica brasileira expandiu 6,5 GW, com 494,82 MW provenientes de novas centrais solares fotovoltaicas instaladas.
A Geração Distribuída (GD) no Brasil, especialmente por meio da energia solar fotovoltaica, está em um momento de crescimento acelerado, refletindo a evolução do mercado e a atratividade cada vez maior dessa modalidade para consumidores de diferentes perfis.
Em 2023, a GD solar adicionou cerca de 7,9 gigawatts (GW) à matriz elétrica brasileira, contribuindo para que a potência instalada acumulada no país alcançasse 37,2 GW, sendo 25,8 GW apenas de GD.
Esses números demonstram a dominância da GD no crescimento da energia solar no Brasil, que atualmente representa 99,9% de todas as conexões de geração própria no país. A previsão era que até o final de 2024, a GD solar atingisse 31 GW, porém, ainda em setembro de 2024 esse número foi superado, atingindo mais de 32 GW.
O setor também tem sido um motor econômico significativo. Desde 2012, a GD solar atraiu cerca de R$ 130 bilhões em investimentos, gerando mais de 774,5 mil empregos. Em termos de arrecadação, a GD contribuiu com R$ 31,9 bilhões aos cofres públicos.
A GD solar no Brasil continua a se expandir, destacando-se como uma peça fundamental na transição energética do país, contribuindo para a descarbonização e para a criação de uma matriz elétrica mais sustentável e resiliente.
Desafios da transição energética
A transição energética global enfrenta diversos desafios. A dependência de combustíveis fósseis, as barreiras econômicas e tecnológicas, e a necessidade de reestruturar indústrias inteiras são alguns dos obstáculos a serem superados.
No Brasil, o desafio é ainda maior devido à necessidade de conciliar a preservação ambiental com o desenvolvimento econômico, sendo o acesso a capital sendo uma das barreiras.
Além disso, há questões relacionadas à infraestrutura, como a expansão da rede elétrica para suportar novas fontes de energia e a necessidade de investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento.
Mesmo diante desses desafios, o Brasil tem o potencial de liderar a transição energética global. Recentemente, o país firmou um acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA) para acelerar seus esforços nesse sentido, reafirmando seu compromisso em se tornar uma referência mundial na adoção de energias limpas.
A energia solar fotovoltaica como catalisador da transição
Entre as várias fontes de energia renovável, a energia solar fotovoltaica se destaca como um dos principais catalisadores da transição energética, tanto no Brasil quanto no mundo.
A queda nos custos de produção e a eficiência crescente dos painéis solares têm tornado essa tecnologia cada vez mais acessível.
No Brasil, o potencial solar é imenso, com a maior parte do território recebendo radiação solar abundante ao longo do ano. Isso coloca o país em uma posição estratégica para liderar o desenvolvimento da energia solar na América Latina.
O avanço da energia solar fotovoltaica tem o potencial de transformar a matriz energética brasileira, diversificando as fontes de energia e reduzindo a dependência de hidroeletricidade, que pode ser afetada por períodos de seca.
Além disso, a energia solar é fundamental para a descentralização da produção de energia, permitindo que pequenas comunidades e até mesmo consumidores individuais possam gerar sua própria eletricidade, contribuindo para a democratização do acesso à energia.
O futuro da energia solar
A transição energética é um processo inevitável e necessário para garantir um futuro sustentável para o planeta.
O Brasil, com suas vantagens naturais e o compromisso com as metas do Acordo de Paris, tem a oportunidade de se tornar um líder global nessa transformação.
A energia solar fotovoltaica, em particular, é uma das chaves para desbloquear esse potencial, possibilitando um futuro mais limpo, sustentável e justo para todos.
A jornada é desafiadora, mas os benefícios para o Brasil e para o mundo são imensos.
A FiberX Renováveis desempenha um papel fundamental nesse processo, oferecendo soluções em energia solar que não apenas contribuem para a transição energética no Brasil, mas também reforçam o compromisso do país com um futuro sustentável.